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Kakapo, um papagaio noturno e que não voa. Mas ele não desiste de ser sedutor. Foto: kakapo.net 

Para a maioria das pessoas que já ouviram falar de um sujeito chamado Douglas Adams, o nome dele está ligado a um livro hilário, impagável, "O guia do mochileiro das galáxias". Para seus milhões de leitores pelo mundo afora, ele é antes de tudo um escritor talentoso que conseguiu misturar dois gêneros aparentemente tão distintos como comédia e ficção científica, com muita criatividade e senso de humor. Mas Douglas Adams, um inglês falecido poucos anos atrás, era uma figura muito mais interessante e complexa que isso. Sua facilidade de falar sobre planetas, estrelas e viagens espaciais, como no "guia", era apenas um indício da sua imensa curiosidade e do seu profundo interesse por ciência em si. Entre outras coisas, Douglas Adams se interessava muito por evolução biológica, e era amigo pessoal do biólogo Richard Dawkins, que dedicou a ele um dos seus livros. Era também músico amador e amigo de David Gilmour, do Pink Floyd – para minha imensa inveja, chegou a tocar guitarra em duas músicas em um show da banda inglesa. Só essas coisas já bastariam para garantir a Douglas Adams um lugar na minha galeria de heróis pessoais, mas acabei de descobrir que há mais um bom motivo para isso - ele escreveu um livro sobre conservação da natureza, um livro tão diferente dos dele e tão igual aos dele, um livro para encantar, para divertir, e para emocionar.


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